quarta-feira, 11 de julho de 2007

Biografia de Veermer (pintor do barroco holandês)

Johannes Vermeer(1632-1675), Delft – Holanda

.A nova ordem que se instaurou nos Países Baixos a partir da trégua, firmada em 1609, trouxe diferenças culturais importantes entre o sul, sob domínio da corte católica espanhola, e as províncias do norte, protestantes. A inexistência da devoção a imagens nos cultos protestantes desvinculou a Arte da Igreja. Ainda, a ausência nas Províncias Unidas de uma cultura palaciana propiciou o desenvolvimento de uma arte mais singela e de temáticas do cotidiano da classe média , diferente da monumentalidade e dos temas eruditos (históricos e mitológicos) da arte do sul.No norte, o desenvolvimento de um forte comércio interno e internacional e da indústria artesanal enriqueceu a classe média, em especial os comerciantes e industriais. Essa burguesia rica concentrava o poder político e econômico determinava o gosto por temáticas artísticas do cotidiano (como pintura de gênero e natureza morta) - enquanto no sul a cultura cortesã espanhola sufocou em parte a expansão de uma cultura burguesa.A opulenta classe média holandesa encomendava quadros para decorar suas casas e o tamanho das pinturas teve que ser adequado à escala dessas habitações - as grandes dimensões, comuns em quadros da corte, ficaram destinadas apenas aos prédios públicos. Os temas relacionados a vida cotidiana perduraram e, no Barroco holandês, intensificou o olhar intensivo e subjetivo sobre aquilo que nos parece banal, chegando ao conceito de Realismo.Nesse ambiente nasceu Vermeer, um dos pintores mais proeminentes desse contexto. Atribui-se a sua autoria menos de 35 pinturas, que não puderam ser datadas com segurança até hoje. Essa escassa produção deve-se à meticulosidade e lentidão com que pintava seus quadros que, apesar de bem valorizados, foram insuficientes para quitar suas dívidas e garantir o sustento de seus 15 filhos - mesmo sendo que ele desenvolvia as atividades de comerciante e avaliador de obras de arte paralelamente ao trabalho de ateliêr.Ele viveu em Delf, e a representação da vida doméstica era o tema básico da escola de Delft. Diferente das obras barrocas de Rembrandt, cujos aspectos subjetivos tendem ao místico e estão vinculados ao tratamento dado à iluminação mais contrastante, as imagens criadas por Vermeer costumam apresentar um momento íntimo de uma ou duas figuras no interior de suas habitações em um momento iluminado do dia, como vemos em A leiteira. A sua técnica era de extremo naturalismo nas representações das texturas e do brilho de materiais preciosos, e seus quadros são concebidos numa tonalidade clara e num cromatismo intenso e harmônico, como vemos em Mulher sentada ao virginal. O resultado desse domínio artístico e intelectual na elaboração de seus quadros é a simplicidade surpreendente na percepção do conjunto. Em A tocadora de viola, por exemplo, o olhar aproximado e instantâneo da cena deixa evidente a concepção da obra como representação de um fragmento fugaz da realidade cotidiana de seus personagens. O que há de mais singelo em nosso cotidiano, aos olhos de Vermeer, transforma-se em algo de forte carga espiritual, tanto em suas pinturas de gênero como em suas poucas obras de paisagem, como a Vista de Delft.O reconhecimento da qualidade artística da obra de Vermeer por historiadores só ocorreu na década de 1860, quase dois séculos após a sua morte.

>>Biografia, obras da coleção, textos informativos e obras que fizeram parte >>da exposição Johannes Vermeer's The Art of Painting, de novembro de 1999 a >>fevereiro de 2000, na National Gallery of Art (em inglês): >>http://www.nga.gov/exhibitions/vermeerinfo.htm

>>Biografia e completo banco de imagens (em espanhol):http://www.artehistoria.com/genios/pintores/3661.htm

>>Biografia e links (em português):http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Vermeer

Eu te amo não diz tudo!

"O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas.Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros.A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás, e vê-lo(a) tentar reconciliar você com seu pai, é ver comoele(a) fica triste quando você está triste, e como sorri comdelicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão.Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!"

(texto de Arnaldo Jabor)

Primeira vez respirando sozinho...

Vou desafogar um pouco minha caixa de e-mail:por isso não se assustem com o tanto de matérias que vêm por aí....
Clássico do Mês: John Coltrane
Mito do jazz, saxofonista uniu como ninguém o apuro técnico à emoção* por Jonas Lopes


Muitos o idolatram. Alguns (poucos) o consideram superestimado. Ninguém, no entanto, ignora o saxofonista norte-americano John Coltrane, cuja morte completa 40 anos neste mês. Depois de passar por várias bandas no início da carreira, como a de Dizzy Gillespie, decolou ao entrar para o grupo de Miles Davis, em 1955. Mas a condição de jovem talento não impediu que ele fosse demitido pelo trompetista em 1957, culpa de seu progressivo vício em heroína. Foi então cooptado por Thelonious Monk para uma série de shows tão sensacional que Davis resolveu chamar Coltrane de volta. A dupla acabou registrando, em 1959, o lendário álbum Kind of Blue.Antes, ainda em 1957, o saxofonista lançou seu primeiro disco expressivo, Blue Train. Era um bom trabalho, mas um tanto imaturo. Coltrane só se converteu no gênio eternizado pela história a partir de 1961, após montar um quarteto mágico com McCoy Tyner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria). Juntos, gravaram pérolas como My Favorite Things, Crescent e, sobretudo, a suíte A Love Supreme, em que o saxofonista atinge a perfeição de sua simbiose entre emoção e técnica (praticava por horas a fio).No fim da vida, a religião ajudou a tornar sua obra ainda mais espiritual- e também experimental. Em 1965, Coltrane começou a explorar sonoridades cada vez mais selvagens e distantes da harmonia tradicional, além de promover flertes com o Oriente. Isso torna a audição de seus últimos discos bastante difícil para quem não aprecia o chamado free jazz.O músico morreu de câncer em 1967, com apenas 40 anos. Sua influência, porém, permanece tão grande que até roqueiros não hesitam em apontá-lo como fonte.
(Bravo!-on-line)